Café é um alimento saudável? Confira algumas curiosidades

No Brasil, o café é uma bebida universal. Todos os brasileiros a conhecem e a grande maioria a consome diariamente. Aquele cheirinho de café quentinho saindo do bule é, para muitos, um aroma perfeito para o despertar do dia. E não é para menos, visto que o Brasil possui uma forte tradição de produção de café, sendo o principal exportador da iguaria no mundo. Além disso, o café brasileiro é um dos mais elogiados no exterior. Mas você já parou para pensar se o café é saudável para você? Ou então quais são os benefícios e malefícios que o consumo de café podem trazer para a sua saúde? No post de hoje, vamos dar alguma luz a estas dúvidas.

Faz sentido ter estas dúvidas, considerando o grande consumo e a onipresença desta bebida em nossas vidas. Para se ter uma ideia, em uma pesquisa realizada pelo divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre os Orçamentos Familiares, as informações levantadas mostraram que o brasileiro consome de 4 a 5 xícaras diariamente. Isso faz com que o café seja o alimento com maior consumo per capita, em uma lista que abrange diversos alimentos. Produtos como o feijão e o arroz, que também são frequentes no cardápio brasileiro, ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

No resto do mundo, o consumo também surpreende. Enquanto aqui no Brasil cada pessoa ingere em média cerca de 6 quilos de café por ano, em países nórdicos como a Finlândia, Noruega e na Dinamarca, esse número chega aos 13 quilos anuais.

Café faz bem?

A partir dos anos setenta, o café começou a ser associado com problemas de saúde. Alguns estudos desta época relacionaram seu consumo com os acidentes vasculares cerebrais, principalmente por sua capacidade de aumentar a pressão arterial. No entanto, esta perspectiva – além de limitada na relação com a cafeína – é injusta ao não levar em consideração o efeito total do seu consumo de forma habitual baseado nas outras substâncias que podem ter efeito sobre a saúde. Falamos de compostos fenólicos, diterpenos e podemos seguir até listar mais de 1.000 componentes.

Porém, de acordo com pesquisas mais recentes do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, o café possui efeitos poderosos para o nosso bem-estar. O segredo, como sempre, está na moderação. O grão é rico nos mais diversos nutrientes, e o seu consumo – seja na forma líquida ou em outras composições – ajuda em processos importantes do nosso corpo. É capaz de ajudar, por exemplo, no fortalecimento da saúde do coração, no desenvolvimento das funções cerebrais, além de aumentar o poder de remédios anestésicos no organismo. Confira a seguir algumas curiosidades sobre os benefícios do consumo de café:

Café é rico em nutrientes

O que aparece em maior quantidade no grão são os ácidos clorogênicos, compostos antioxidantes. A xícara ainda concentra vitamina B3 e minerais como potássio, que dá mais energia ao corpo, manganês e magnésio, responsáveis por várias enzimas nas células, além do ferro. A bebida ainda possui vitaminas do complexo B, que fazem com que o sistema nervoso tenha mais equilíbrio, como também vários tipos de ácidos orgânicos, com funções antioxidantes, que protegem o organismo contra uma variedade de doenças.

Café “rouba” os nutrientes dos outros alimentos

Muita gente evita beber café depois do almoço para não perder os nutrientes consumidos na refeição. Isso é um fato. Segundo as análises, a cafeína dificulta a absorção de substâncias importantes, principalmente vitaminas e minerais, como ferro. Por causa disso, as pessoas que precisam ingerir maiores quantidades de cálcio no dia a dia são aconselhadas a beber a tradicional combinação “café com leite”.

Existe até uma vertente de pensamento que defende que o café não pode ser considerado um alimento. Essa ideologia defende que nossa alimentação deve considerar uma variedade de alimentos que compõem um conjunto mínimo de nutrientes. Esta ideologia defende que deve-se substituir o café por opções mais nutritivas, por considerar que ele não é nutritivo o suficiente para ser adicionado como um componente adequado em uma refeição.

Café faz bem para diabéticos

Segundo as pesquisas, principalmente nos casos de diabetes tipo 2, o consumo equilibrado de café no dia a dia pode ser ótimo para controlar os níveis de açúcar no sangue. Isso acontece porque o grão possui, em sua composição nutricional, o ácido clorogénico e a trigonelina alcalóide, que auxiliam na redução de glicose e insulina no pâncreas.

Porém, o café só possui este efeito benéfico quando consumido sem a adição de açúcar. Aliás, o café é relacionado negativamente com a saúde quando seu preparo é acompanhado de açúcar.

Café pode ter efeito prejudicial na fertilidade

Segundo cientistas, mais de cinco doses diárias de café reduzem em 50% a chance de sucesso no tratamento de fertilização. Ainda não há estudos clínicos comprovando o efeito, mas alguns trabalhos relacionam um alto consumo de cafeína, como acontece nos países nórdicos, à malformação fetal e alterações de peso em recém-nascidos.

Pode ajudar na prevenção do câncer

Dentre as últimas grandes descobertas sobre os benefícios do grão para a saúde, o consumo de café está relacionado como um auxiliar no combate e prevenção de certos tipos de tumores. Por exemplo, o câncer de mama, de pele, de próstata, de cólon, fígado e esofágico, além de cancro da faringe e oral. Para chegar a obter estes benefícios, o consumo deve ser de pelo menos uma xícara de café por dia.

Em uma pesquisa da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, os pesquisadores acompanharam mais de 110 mil pessoas por 20 anos, descobrindo que o café está inversamente associado ao tipo mais comum de tumor de pele. Como o café é um alimento com antioxidantes, possui efeito benéfico na prevenção do câncer. Porém, o estudo ainda não concluiu se o café pode ser utilizado com segurança para esta finalidade.

No entanto, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há de se destacar que esse efeito só é alcançando se a temperatura do café estiver abaixo de 65º. Ou seja, nada de café muito quente.

Pode ajudar em dietas de emagrecimento

Por ser um alimento considerado “termogênico”, o café acelera bastante as reações metabólicas do organismo. Essa mesma ação termogênica, aumenta o gasto calórico e contribui para a queima de gordura corporal. Para quem pratica exercícios, a ação termogênica acaba por melhorar a performance, por permitir que o organismo utilize mais energia no decorrer da atividade.

O recomendado é não ultrapassar quatro xícaras de 50 ml ao dia. Quem deseja emagrecer e está com alguma dieta ou restrição alimentar, não deve exagerar no consumo de café. Por ter uma ação diurética, nosso organismo elimina vitaminas e minerais importantes, principalmente o cálcio. Isso pode prejudicar a saúde dos ossos e o funcionamento de outros órgãos do corpo. O segredo é sempre a moderação.

Café e a relação com dores de cabeça e enxaquecas

Muita gente, por causa da cafeína, acredita que o motivo das suas enxaquecas se dá pelo consumo de café. Isso tem certa razão, caso você beba excessivamente ou já se enquadra em casos agudos de ansiedade e estresse emocional, visto o cansaço cerebral e a desidratação que o café pode proporcionar quando consumido em excesso.

A confusão começa com a dificuldade de estabelecer se a bebida é realmente o estopim da dor de cabeça ou se as pessoas que sentem o incômodo a veem como válvula de escape. No entanto, se consumido com moderação, em um plano alimentar adequado, a iguaria tem o efeito de dilatar os vasos sanguíneos do cérebro. Essa “vasoconstrição” é responsável pelo alívio das dores de cabeça.

Contudo, lembre-se de que alguns chás e refrigerantes também contém doses de cafeína. Nesses casos, se a dor de cabeça não sumir, procure um médico. Existem muitas situações em que a cafeína é a salvação. Prova disso é que está na fórmula de analgésicos. Algumas cefaleias se caracterizam pela vasodilatação cerebral. Por deixar os vasos mais estreitos, a cafeína pode atuar como coadjuvante no tratamento.

Faz bem ao coração

Algumas pesquisas se dedicaram a analisar a relação entre o café e a incidência de insuficiência cardíaca – condição em que o coração não consegue bombear quantidade suficiente de sangue para o corpo. Como o assunto é polêmico e pesquisas anteriores sempre geraram dados discrepantes, a pesquisadora Elizabeth Mostofsky, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, decidiu conduzir uma revisão sobre o tema.

Na pesquisa, foram avaliados mais de 140 mil indivíduos, dos quais 6 522 mil tiveram o mal. Os resultados obtidos apontaram que o consumo de quatro doses diárias de café diminuíram em até 11% o risco de ter o problema. Os compostos bioativos da bebida, tais como os antioxidantes presentes, provavelmente estão por trás do efeito benéfico.

Segundo a pesquisadora, ao afastar o diabete tipo 2, eles também protegeriam contra essa doença cardíaca. Já o consumo além da conta deixou o coração na corda bamba. E não é só o excesso que abala o peito. Está comprovado que duas substâncias presentes no grão, o cafestol e o kahweol, são capazes de elevar os níveis de colesterol no sangue. Esse quadro pode ser o pontapé inicial para várias complicações cardiovasculares.

Mas, quando se usa o filtro de papel ou o coador de pano para preparar o café, consegue-se reter boa parte dessas substâncias, mantendo o coração a salvo.

Outra pesquisa, realizada na Unidade de Pesquisa Café e Coração, do InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com cerca de 150 consumidores de café, demonstrou que a ingestão de determinadas doses de cafeína pode causar auxiliar na diminuição da pressão arterial e da frequência cardíaca.

Considerações finais

Com todas as evidências apresentadas, não é necessário observar uma precaução especial com o café na relação com a saúde. Como já comprovado em vários dos estudos citados no decorrer deste artigo, seu efeito é benéfico.

Porém, não devemos conferir ao café um efeito talismã ou protetor: os alimentos que consumimos além do café fazem toda a diferença entre o seu efeito benéfico ou maléfico.

Além disso, cada pessoa pode ter uma reação diferente com quantidades similares de cafeína. Alguns são mais afetados e outros menos. Isso depende em grande parte do organismo e genética de cada um.


Imagem: Christoph por Pixabay

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