Novo RG: Entenda como será o novo documento de identidade

O novo RG, a carteira de identidade digital, reunirá diversos documentos em apenas um e será obrigatório para todos os brasileiros em todo território nacional. Implementação será realizada de forma gradativa em cada Estado da Federação.

Imagem: Divulgação TSE


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No final do mês de fevereiro, o Governo Federal anunciou a criação de um novo documento de identidade, que popularmente ficou conhecido novo RG digital. O novo documento visa proporcionar mais segurança, evitando fraudes e facilitando a vida do cidadão brasileiro. O novo RG será emitido de forma obrigatória para todos os cidadãos, de acordo com os prazos estabelecidos no decreto que autorizou a sua implementação.

Se você já parou para pensar quantos documentos você carrega diariamente em sua bolsa, carteira ou mochila, vai perceber que a chance de perder ou extraviar os documentos aumenta conforme a quantidade. Além disso, acabamos com vários números para decorar. Para citar alguns dos documentos do dia a dia, temos o RG, CPF, Carteira de Motorista, Título de Eleitor, Certificado Militar e Carteira de Trabalho, sem contar as numerações como as do PIS/Pasep.

O governo federal compreendeu que a grande quantidade de documentos que o brasileiro precisa carregar e memorizar acaba trazendo várias desvantagens. Buscando uma forma de ter mais segurança e praticidade na documentação, inclusive poupando gastos com emissões de documentos, o governo federal aprovou e anunciou o novo modelo de Carteira de Identidade Nacional.

Quando começa a valer o novo RG?

A nova carteira de identidade digital usará o número do Cadastro Nacional de Pessoa Física (CPF) como identificação única dos cidadãos. A emissão do novo RG será gratuita.

Os institutos de identificação terão prazo até 6 de março de 2023 para se adequar à mudança. A partir daí, o RG atual, o verdinho, será aceito por até 10 anos pela população geral e por tempo indeterminado para pessoas com mais de 60 anos.

O decreto entrou em vigor no dia 1º de março de 2022.

Como o novo RG será emitido?

De acordo com o governo, os documentos continuarão a ser emitidos pelos órgãos estaduais, bem como as secretarias de Segurança Pública, seguindo a mesmo forma como é feito hoje. No entanto, os novos documentos emitidos terão o mesmo formato, visual e padrão de emissão e numeração em todos os Estados do país.

Com a novidade, o procedimento passará a ser realizado da seguinte maneira: os órgãos estaduais de registro civil irão receber o pedido do cidadão e validarão a identificação pela plataforma do governo federal, o Gov.br. O documento continuará a ser emitido em papel, mas os cidadãos poderão acessar também a nova identidade no formato digital

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, explica que “gradativamente, deixaremos de ter uma carteira de identidade para cada estado. São 26 estados e o Distrito Federal, cada um com sua carteira. Isso vai acabar. Haverá uma identificação única do cidadão”.

O único requisito para que o cidadão possa solicitar o novo RG digital é que o mesmo deve realizar o cadastramento biométrico na Justiça Eleitoral ou nos institutos de identificação parceiros.

Isso porque, para emitir o novo RG digital, será preciso que o governo tenha colhido as impressões digitais dos brasileiros inseridas na Base de Dados de Identificação Civil Nacional (BDICN).

Aplicativo para o RG digital

Os cidadãos que já tiverem o cadastramento biométrico na Justiça Eleitoral poderão baixar um aplicativo chamado DNI (Documento Nacional de Identidade). Através do aplicativo, será necessário realizar um pré-cadastro para finalizar a solicitação de emissão do documento.

Após o preenchimento dos dados no DNI o cidadão deverá finalizar a operação em um ponto de atendimento físico, ou virtual das Secretarias de Segurança Pública dos estados e do DF, que também serão responsáveis pela distribuição do novo RG.

Uma das funcionalidades do DNI é a conferência por meio da leitura digital do QR Code, o que dificulta que uma pessoa possa se passar por outra. Essa leitura poderá ser feita através do próprio aplicativo. Além disso, o aplicativo ficará encarregado de armazenar o RG do cidadão no formato digital.

É importante salientar que o aplicativo do DNI ainda não está disponível.

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Implementação do novo RG digital será realizada de forma gradual

A emissão do novo RG digital não será disponibilizada de uma vez para todos os Estados do país. Primeiro haverá um processo de adequação, de Estado por Estado, para a emissão do novo documento.

No momento de escrita deste artigo, apenas o Estado de São Paulo está emitindo o documento no novo padrão. No caso do Estado de Minas Gerais, o novo RG digital tem previsão de ser implementado ainda no primeiro semestre de 2022.

A expectativa é de que em até 10 anos, o RG físico, como conhecemos no modelo atual, deixe de ser utilizado e dê lugar ao novo documento, que será emitido tanto no formato digital e impresso. Apenas quem tem 60 anos ou mais seguirá usando o atual modelo de identidade, sem prazo de validade.

Novo RG trará mais segurança para o cidadão

Se você já trocou de RG algumas vezes deve ter notado que os números mudam a cada vez que você faz uma nova identidade. Além disso, se você trocar de Estado, o seu número de RG também deve mudar. As trocas de números de RG podem acarretar em problemas para mudança de documentação e ainda facilitar fraudes.

O novo documento digital é considerado mais seguro porque vai permitir a validação eletrônica de sua autenticidade via QR Code, inclusive de forma offline. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, o documento facilitará a segurança já que será emitido de maneira unificada, evitando assim, diversas fraudes e crimes. “A gente avança para um novo tempo de controle, de seriedade e de tranquilidade da população brasileira”, afirmou.

A mudança possibilita ao cidadão emitir a nova carteira nacional de identidade em uma unidade da federação diferente, sem alterar a numeração e sem precisar gerar um novo documento. Uma vez que estará vinculado ao número do CPF, o documento emitido já vai constar como segunda via. Caso a pessoa que solicita a identidade não tenha ainda o CPF, o órgão de identificação local faz de imediato a inscrição dela, seguindo as regras estabelecidas pela Receita Federal.

Vantagens do novo RG

O documento unificado digital possui diversas vantagens, como a adição de informações extras. Um exemplo é a ferramenta do Open Health. Através dela, o cidadão tem a possibilidade de incluir no novo documento digital todo o seu histórico de saúde, com detalhes acerca da saúde do indivíduo, como o tipo sanguíneo, fator RH e se ele é doador de órgãos.

Essa centralização das informações de saúde vai possibilitar o atendimento ao cidadão em qualquer unidade de saúde do país. Além disso, com o acesso às informações prévias da pessoa, os profissionais das unidades terão fácil acesso à possíveis comorbidades e demais condições de saúde.

Outra vantagem que merece destaque é que o documento contará com o código MRZ, o mesmo emitido em passaportes, podendo assim ser considerado documento de viagem internacional. A adição da informação também é opcional. No entanto, o governo informou que a validade do documento para esta finalidade será apenas para países do Mercosul. Além disso, o novo RG também não poderá ser considerado um documento substituto do passaporte.

Confira mais algumas vantagens:

  • Acesso facilitado aos cidadãos a outros serviços públicos, como a realização digital da prova de vida para o INSS;
  • Auxiliará na identificação do cidadão para a concessão de benefícios sociais e adesão a programas federais;
  • Maior segurança contra a falsificação da carteira de identidade;
  • Possibilidade da declaração múltipla de filiação;
  • Inclusão de nome social sem a necessidade de alteração no registro civil;
  • Declaração de gênero não binário;
  • Permite reunir diversos documentos: título de eleitor, numeração da Carteira de Trabalho e Previdência Social, certificado militar, CNH, documento de identidade profissional, carteira nacional de saúde e números de NIS/PIS/Pasep;
  • Poderão constar, ainda, indicativos para pessoas com necessidades especiais e o Código Internacional de Doenças (CID);
  • Acesso à carteira de identidade digital pelo Gov.br.

Vale destacar que todas as informações extras são facultativas. Desse modo, cabe ao cidadão decidir por incluir ou não os registros complementares. 

Canva para Páscoa 2022

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